No agronegócio “cavalo”, a aceitação do animal ao treinamento para o qual se destina valoriza a comercialização (HEIRD et al., 1986). As técnicas aplicadas nas diferentes fases do desenvolvimento estimulam a aprendizagem e valorizam o comércio dos equinos. Diferente das demais espécies domésticas os equinos possuem alto valor financeiro. No Brasil, o mercado equestre movimenta diversas atividades econômicas, dentre elas estão serviços veterinários, indústria de rações, lazer, esportes e trabalho gerando renda avaliada em R$ 16,15 bilhões em 2015 e empregando mais de 600 mil pessoas (LIMA, CITRA, 2016). A raça Mangalarga Machador é tipicamente brasileira e se destaca no plantel nacional, sendo uma das mais produzidas e procuradas devido a sua beleza, docilidade e andamento (MARIZ et al., 2008). Segundo dados internos cedidos pela Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Mangalarga Machador, em junho de 2024, declaram possuir ao todo 744 mil animais registrados e cerca de 23 mil associados. Os seres humanos e os equinos possuem grande proximidade em sua relação, tornando-se necessária uma comunicação e entendimento dos comportamentos de ambos para prevenção de acidentes (LUZ, 2021). Diversos criadores reconhecem que produzir potros calmos e bem treinados resultam em menor ocorrência de incidentes que venham a prejudicar o animal ou o manejador. Portanto, a seleção de animais de temperamento dócil é fundamental, não somente para garantir o bem-estar, mas também para segurança dos envolvidos (KING, 2019). A doma de equinos é essencial para quaisquer que sejam as atividades que venham a ser realizadas com o seu uso. Normalmente, a doma é iniciada quando o animal alcança seus 1,5 a 2 anos de idade, dependendo da raça e, a interação na fase potro se resume ao manejo sanitário e intervenções veterinárias quando necessárias. Segundo Heird (1978) e Marcenac et al. (1990) aumenta-se a facilidade de manejo quando os potros estão familiarizados ao máximo com o pessoal que os tratam. Alguns treinadores observaram que o manejo precoce poderia ser o segredo para produção de cavalos experientes, cooperativos e dispostos. Isto porque, o manejo acostuma o cavalo a amplas possibilidades de experiências. Com o passar dos anos mais pesquisas foram desenvolvidas com objetivo de determinar qual seria o período crítico de aprendizagem em potros. Miller (1991) considerou como crítico o período de aprendizagem em até 1 hora após o parto e preconizou, portanto, o método “Imprinting” em potros neonatos. Enquanto Lassade et al. (2005) avaliaram os efeitos a curto, médio e longo prazo do manejo de potros neonatos, indicando efeitos apenas a curto prazo. Não há consenso quanto a efetividade dos métodos aplicados na iniciação à doma em potros neonatos quanto ao momento, tempo de duração das interações, método aplicado, frequência, bem como se o investimento de tempo resultará em benefícios para as etapas subsequentes da doma. Desse modo, são necessários cursos de capacitação técnica para que manejadores sejam capazes de implantar nos haras as técnicas adequadas. Portanto a parceria entre SENAR – Rio de janeiro e UFRRJ para a capacitação de mão de obra especializada no uso da doma racional, proporcionando através do manejo adequado: economia de tempo, a segurança para o trabalhador e o bem-estar animal.